“Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim.” Jo. 15:18
Quem de nós não conhece estas palavras proferidas por Jesus?
Pode parecer simples quando nos atemos a mencioná-las ou mesmo estimular uns aos outros em relação à oposição, pressão, perseguição e morte a que os discípulos de Cristo estiveram, estão e estarão submetidos. Entretanto, não estou tão certo sobre o grau de compreensão que temos sobre este assunto.
O ódio que foi alimentado contra Jesus, os discípulos e a igreja, a qual escreveu sua história com o sangue resultante de abnegação e sacrifício, pode ser perfeitamente descrito pelos pregadores de nossa época e, mesmo que haja focos de sofrimentos aqui ou ali, nesta ou naquela nação ou região, não hesito em afirmar que alguma coisa pode estar errada quanto ao que Cristo disse e a realidade que contemplamos nestes dias.
Cristo não afirmou: “provavelmente o mundo os odiará” ou “haverá situações em que o mundo os odiará”. Suas palavras não permitem interpretações que justifiquem o estado atual da igreja em relação ao mundo. A natureza de ambos é completamente distinta e, em decorrência disto, não somente é impossível que ambos desejem e busquem o mesmo Deus e se apliquem a conhecer e a fazer Sua vontade, como também resulta em um confronto inevitável, onde o ódio é evidente e implacável.
Conforme leio os relatos bíblicos e tenho ciência de quanto ódio já foi dispensado a Cristo e Sua igreja, na medida que lanço os olhos para o estado em que nos encontramos hoje, em meio a um mundo corrupto e corruptor, que não quer buscar a Deus, que não admite sua pecaminosidade e não manifesta arrependimento e preocupação com o que o aguarda no futuro, não consigo enxergar uma igreja odiada em função da sua fé em Cristo e de sua incompatibilidade com uma ética fundamentada em princípios relativistas, a qual estabelece os ditames do comportamento mundano.
Apesar de haver quem procure apontar um desentendimento aqui e outro ali como sendo a manifestação deste ódio a que Jesus Se refere, não vejo mais do que um pretexto para justificar a apatia e morbidez que caracterizam a forma como se tem buscado conviver com o ímpio e sua impiedade, perdendo aquela função de ser sal e luz que, por sua vez, traria à baila a nítida diferença que há entre o mundo e a igreja de Cristo.
Diante disto e em contraposição à afirmação de Cristo, eu diria: “se o mundo não vos odeia...” é preciso refletir sobre o nível de diferença existente entre a nossa natureza e a que faz com que o mundo seja alvo da ira de Deus e permaneça sempre à beira de uma iminente condenação, tratando de demonstrar corajosamente quem somos e a que viemos, seguindo a mesma trajetória percorrida pelos apóstolos e vivendo á imagem e semelhança dAquele que nos libertou do Império das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do Seu amor.
Rev. Marcos Martins Dias
domingo, 15 de novembro de 2009
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